Central do Maranhão-MA

     CENTRAL DO MARANHÃO-MA 





História

Fica criado, pela Lei Nº 6.175, de 10 de novembro de 1994, o município de Central do Maranhão, com sede no Povoado Central, a ser desmembrado do município de Mirinzal, subordinado à Comarca de Guimarães. O município de Central do Maranhão limita-se ao Norte com o município de Mirinzal; a Leste com os municípios de Guimarães e Mirinzal; a oeste com os municípios de Pinheiro e Mirinzal e ao Sul com o município de Bequimão.
Gentílico: centralense

Formação Administrativa
Elevado à categoria de município com a denominação de Central do Maranhão, pela lei estadual nº 6175, de 10-11-1994, desmembrado de Mirinzal. Sede no atual distrito de Central do Maranhão ex-povoado de Usina Joaquim Antônio. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1997.
Em divisão territorial datada de 15-VII-1997, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

Fonte


Por Aricelia Cantanhede


UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA


Central do Maranhão é um município do Estado do Maranhão localizado na Região do Litoral Ocidental Maranhense, com aproximadamente 8.534 habitantes de acordo dados do último CENSO do IBGE. 

A história do município está ligada à história da produção de açúcar no Brasil Império, sendo em um dado período considerado  o segundo maior produtor de açúcar do Maranhão, alimentando por alguns anos  a exportação de açúcar para outros Estados da Federação. E, assim em Central do Maranhão foi construído o seu maior patrimônio, a Usina Joaquim Antônio, datado do século XIX[1].

Dados apontados por Santos (2006) mostram que a economia do Açúcar no Maranhão revelou-se uma estratégia escolhida para auxiliar na colonização das novas terras maranhenses depois da expulsão dos holandeses, ainda no século XVII. Aponta ainda que na segunda metade do século XIX, o governo provincial concedeu incentivos para a modernização de antigos engenhos, que pudessem produzir açúcar de melhor qualidade e em condições de competir no mercado nacional, tudo isso fez parte de uma estratégia de industrialização da então província. Neste contexto, surgiram os Engenhos Centrais, com a finalidade de concentrar a produção, modernizarem as máquinas, transformar as operações de hidráulica, a operação a vapor e finalmente preparar o setor para enfrentar o mercado competitivo. Como fruto dessa política industrial surgiu a Usina Joaquim Antônio, que teve forte participação na economia açucareira do Estado do Maranhão, estando atrás apenas do Engenho Central de São Pedro, no Vale do Pindaré.

Segundo Santos (2006), a Usina Joaquim Antônio foi fundada pelo Senhor Joaquim Antônio Viana, também chamado Capitão Joaquim Antônio. Membro de uma família abastarda, que teria ido durante períodos do auge da produção do algodão e açúcar, estudar Engenharia Hidráulica na Holanda visando já investimentos futuros. De volta ao Brasil instalou sua usina nas redondezas de Guimarães, na fazenda Pindaíba, onde hoje se situa a sede do município de Central do Maranhão, fabricando o açúcar a vácuo e a sua fundação data de 1860. Assim como todos os outros engenhos do mesmo período, a mão-de-obra empregada era a escrava. Em 1861 já aparece como um dos engenhos de açúcar movido por água. Em 1892 essa usina foi transformada em Engenho Central.

Santos (2006) afirma ainda que, logo após a abolição da escravatura, consta o início da centenária Feira Tradicional de Central do Maranhão, ainda realizada no mesmo lugar (nas proximidades das ruínas do antigo engenho), aos Domingos. A movimentação da Feira foi possível devido ao pagamento dos operários feito a cada semana de trabalho. Sendo, portanto, uma das primeiras referências históricas do trabalho livre e assalariado na região. Datam ainda do mesmo período de criação da Usina, a construção da Igreja Matriz da cidade, dedicada à Nossa Senhora da Conceição e a estrutura da Chaminé da Usina. Outras construções também fazem parte do conjunto arquitetônico antigo da cidade, tais como: a Casa da Gerência, a residência administrativa dos Senhores durante o funcionamento do engenho e a estrutura da Quitanda Grande que não existe mais .

As crises ocasionadas pela abolição da escravidão, a alteração da mão- de- obra escrava pelo sistema de assalariamento, e a forma de alimentação ( passava a ser por conta dos funcionários), atraiu comerciantes das cidades vizinhas, que traziam mercadorias aos finais de semanas para esses ex-escravos (agora funcionários do engenho). Surgindo desta forma a grande movimentação comercial em torno das construções da Usina. A Feira é considerada hoje tradicional, e também a maior feira da região.

Neste período histórico, a região onde funcionou a Usina Joaquim Antônio Viana, era território pertencente ao Município de Guimarães , depois passou a fazer parte do município de Mirinzal, e deste ultimo se emancipou em 1994.



[1]SANTOS, Agnaldo Reis dos. A história da Usina Joaquim Antônio: a mão-de-obra empregada, sucessão administrativa e sua contribuição para a formação do município de Central do Maranhão. São Luís: UEMA, 2006 (Obra de referência básica sobre a estruturação e história da Usina Joaquim Antônio Viana).



 Potencialidades  de Central do Maranhão



Feira Municipal de Central do Maranhão (Tradição da Região)

 

A Feira de Central era um grande mercado ao ar livre historicamente associada à Usina Joaquim Antônio, mas passou por grandes transformações e hoje dispõe de dois galpões. Em um localizam-se vários boxes de comercialização de gêneros diversos, e o outro destinado à comercialização de peixes e carnes. Conta com uma área livre pavimentada para camelôs comerciantes etc.

Considerada ponto de maior circulação comercial da região, é realizada sempre aos domingos por comerciantes locais e de outras regiões que se mobilizam para realizar suas vendas e moradores da região (sede, povoados e municípios vizinhos) deslocam-se para fazer suas compras.

A feira, também desenvolve um papel social importante. Historicamente as pessoas associam a dia do Domingo (dia na qual é realizada) como o dia propício para reencontrar amigos e familiares que residem nas localidades mais distantes, e que chegam a sede para as compras. É também o espaço utilizado para repasse de informações, notícias e convites para festividades, festejos de tambor de crioula ou outra manifestação cultural.


Balneário Açude

 

Localizado na MA 006 logo na entrada da cidade . O  Ambiente   também está ligado à história da cidade,  já que tinha a função de represamento de água para a movimentação do maquinário da Usina de Joaquim Antônio Viana. A estrutura construída posteriormente,   ao lado de onde ocorria o represamento de água é chamado de Balneário açude, comumente utilizado para banhos e momentos de lazer aos finais de semana pelas pessoas da comunidade e por quem passa pela MA 006.



Culinária Local

 

Na gastronomia do lugar,  contamos com  inúmeras frutas da região à exemplo do buriti, juçara, bacaba, jenipapo e outros apreciados in natura ,  como sucos ou ainda,  na forma de doces.

 Podemos destacar como exemplos de comidas da localidade: bolo de tapioca, a carne de porco no maxixe, peixe seco cozido com vinagreira, peixe cozinho com caju, galinha caipira no vinho de coco, caranguejo, sururu, camarão, feijão vinagre, pato no vinho de coco, dentre outros.

Nas bebidas, além dos sucos de frutas já mencionadas, também destacamos as bebidas derivadas da cachaça (produto de produção tradicional da região). Temos como exemplos  as batidas e licores de cajú, jenipapo e maracujá. Bebidas que são culturalmente servidas nas realizações de festejos tradicionais da Região.




Produção Artesanal em Central

 O município de Central do Maranhão possui uma grande diversidade de produção artesanal,  seja de matéria prima natural (palha do babaçu, tucum, cipós, conchas, fibras do buriti, madeira do buriti e etc) ou artificial ( é o caso das atividades manuais a base de reaproveitamento de resíduos sólidos descartados), e ainda produções a base de trançados, tricô, bordados, crochê, modelagem em cimento e outros.

Para se ter uma base de informações acerca da produção no município, está em andamento o levantamento e cadastro dos artesões por meio de uma ação em parceria com a  Sala do Empreendedor de Central do Maranhão  por meio da aplicação do Projeto “ Mãos que fazem bonito”. Essa é uma iniciativa que tem entre outros ,  o  objetivo estimular os artesões da comunidade à comercializar seus produtos na Feira Municipal de Central.


Exemplos de produções locais


















Manifestações Culturais

 

Em Central do Maranhão, assim como toda região do Polo Floresta dos Guarás, existe uma grande diversidade Cultural em manifestações e expressões religiosas. Podemos destacar os seguintes: Bumba meu boi de Zabumba , Bumba meu boi de orquestra (mais recentes), Boi de Carnaval, Boi  de Verão, Escolas de samba, Quadrilhas juninas, Tambor de crioula, Casinha da Roça, Tambor de mina, Forró de Caixa, Blocos Carnavalescos,  Festejos do Divino Espírito Santo  realizados em terreiros de Religião de Matriz Africanas,  a Dança do Baralho e o Sarameu . Já foi lugar de se encontrar a Dança Tapuia, Danças Ciganas, Pastores, Danças Portuguesas, Grupos de Reggae e outros que atualmente não existem mais ou encontram-se temporariamente desativados.

Central do Maranhão apesar de ser uma cidade culturalmente rica, é carente de investimentos que possam valorizar tais manifestações culturais , de forma que mantenha os grupos existentes e  resgate os que já deixaram de existir.









Conheça mais 


 Uma das 5 (cinco) variações de bumba-meu-boi encontradas no Maranhão. Os grupos de boi de Zabumba mais antigos da cidade de Central do Maranhão são: Bumbam boi dois irmãos, liderado por D. Mauricia, que segundo relatos já consagra-se como centenário, resistindo por três gerações da família dos criadores,  e o   Bumba boi de Sinésio Mondego (atualmente desativado).


Forró de Caixa

  Também conhecida por Baile de Caixa, Bambaê de Caixa em outras regiões, o Forró de Caixa em Central é uma dança de roda acompanhada por instrumentos de percussão chamado caixas. A dança apresenta coreografia complexa com reviravoltas bruscas que exigem agilidade dos participantes que dançam vários estilos, como por exemplo: valsa, lelê e chorado.


Boi de Carnaval

  Segundo mais antigos da comunidade, a brincadeira é antiga, tendo suas origens na comunidade Nova Terra, posteriormente mudando de donos. Passou um tempo esquecido, até que à 16 anos foi novamente resgatado, sendo agora organizado pelo Sr. Panticó no bairro do Cantagalo, este mesmo senhor também organiza a Casinha da Roça e a Quadrilha Junina com parcerias .O Boi de carnaval, trata-se da brincadeira de boi que sai às ruas arrastando multidões no período carnavalesco (Domingo e terça-feira de Carnaval). Normalmente utilizam 03 caixas de Zabumbas, matracas, apitos e maracás como percussão, entretanto percebe-se que apesar de ter semelhança com a outra forma da brincadeira (Período Junino) a forma de tocar os instrumentos é diferenciada.  É comum também no cortejo a presença de coireiras de tambor de Crioula.  A “Casinha da  Roça” na verdade  é  um carro de corso organizado por “populares” cujo  tema é a mostrar  a  vida na roça.  Esta brincadeira configura-se como uma cabana de palha inteiriça, tridimensional, ocupada por seus habitantes e visitantes, movida a geralmente um tambor de crioula na parte interna. 


Dança do Baralho

  A Dança do Baralho é uma dança tradicional e antiga na região, por muito tempo esquecida na memória dos mais velhos. Em 2010, sob a liderança da Sr.ª Maria de Lurdes Paixão, a dança foi resgatada com a proposta da reciclagem de matérias e criou-se o grupo “Baralho Artesanal de Central do Maranhão. Este tipo de manifestação caracteriza-se pelo uso das caixas como instrumento acompanhado de um chocalho de lata , é uma brincadeira que está relacionada ao período do Carnaval. 


Sarameu

  O Sarameu é outra brincadeira carnavalesca popular do município. Assemelha-se a um bloco de rua, seus participantes saem pelas ruas da cidade ao som de cantigas  carnavalescas que são cantadas e acompanhadas com toque de litros e garrafas de vidro, por este motivo  muitos chamam a manifestação de bate-litro. São utilizados também duas zabumbas e pandeiros acompanhando. Segundo D. Conceição, umas das organizadoras atuais da brincadeira (a 04 anos), “ O Sarameu teria surgido em uma comunidade centralense chamada João Ferreira, lá era realizada por um senhor chamado Zé Gibreu, posteriormente teria migrado para a localidade Terra Nova, onde passou a ser realizado pelo Sr. Mundiquinho. A Brincadeira saí às ruas somente na terça-feira de carnaval pela manhã.  Em seu trajeto pela cidade, sai visitando casas  realizando pequenas paradas  à pedido dos moradores, que  em troca oferecem agrados (bebidas). Uma característica bem peculiar desta brincadeira é a utilização de um grande abano chamado “URUPI” (Peça artesanal feita com a palha do babaçu na forma de um grande Triângulo). Este abano é utilizado como uma espécie de estandarte e conduzido normalmente por um jovem




Os Grupos Culturais em Central do Maranhão


  • ·        Tambor de Crioula  Raízes Africanas
  • ·         Tambor de Crioula de D. Sandra
  • ·         Tambor de Crioula Ei de Vencer ( Temporariamente desativado- Com dificuldades)
  • ·         Escola de Samba Flor de Mangueira (Passando por dificuldades)
  • ·         Casinha da Roça do Cantagalo
  • ·         Bumba boi Dois Irmãos ( Zabumba)-Em processo de reativação.
  • ·         Bumba Boi Encanto de Central (Orquestra)
  • ·         Bumba Boi Estrela de Central (Orquestra)
  • ·         Quadrilha de Panticó
  • ·         Boi de Verão de Panticó
  • ·         Boi de Carnaval do Cantagalo
  • ·         Sarameu do Cantagalo
  • ·         Baralho Artesanal de Central do Maranhão (Passando por dificuldades)
  • ·         Boi de Sinésio Mondego- Sotaque de Zabumba (desativado)




Tambor de Crioula Raízes Africanas.

 

O Grupo de Tambor de Crioula Raízes Africanas é um grupo cultural pertencente à Associação de Cultura Popular e Recreação de Central do Maranhão–ACPRECEMA. Entidade sem fins lucrativos com o objetivo de promover a cultura local à exemplo da manifestação do Tambor de Crioula. O grupo foi criado em 2005, é dirigido pela Sra. Célia Maria N.Cantanhede, possui cerca de 30 componentes, tem cadastro ativo na Secretaria de Cultura do Estado, fazendo parte da sua programação Junina oficial a mais de três anos.









Calendário de Festividades e eventos culturais de Central do Maranhão

Central possui as seguintes  datas oficiais 


  • 25 de Maio -Dia da Mulher Centralense 
  • 10 de Novembro- Aniversário da Cidade
  • 19 e 20 de Novembro Tributo aos Negros de Central do Maranhão 
  • 29 de Novembro a 08 de Dezembro- Festejo da Padroeira do Município (Nossa Senhora da Conceição).
  • 01 de Maio Festa do Trabalhador de Central do Maranhão.

Além destas datas, no município ocorrem vários eventos de caráter cultural. E,  vendo a necessidade de criar um banco de dados a respeito, o Conselho Municipal de Turismo iniciou um LEVANTAMENTO DOS EVENTOS CULTURAIS com objetivo de listar a realização de eventos culturais e festejos do município,  incluindo-se as Casas de Religião de Matriz Africana e igrejas  ( católicas e não católicas que existem na cidade). 

O presente material apresentado a seguir corresponde à uma prévia do trabalho de levantamento das festividades culturais de Central do Maranhão para criação do Calendário Cultural. Este levantamento foi realizado em conjunto com os produtores culturais locais, por meio de 03 ( três) encontros  realizados durante o ano de 2019 ( Vide Página de reuniões do Comtur). Entretanto, ainda não foi concluído. Necessitando da continuidade do trabalho.







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